quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Uma caçada atribulada


Olá!
Sou a Celeste Guimarães, e foi contagiada pelo vosso entusiasmo que comecei a caçar, e também aqui passar a intervir (dado já fazer parte do grupo), quer com as aventuras e desventuras que presencio no contacto directo com todos vós, quer também com algumas passagens já dignas de nota de que vou sendo protagonista, na minha recente qualidade de caçadora.

Para primeira intervenção, vou então contar uma história com apenas 2 meses, e que vos levará naturalmente a interrogarem-se; mas ela ainda não desistiu???


Tratava-se do meu segundo dia às perdizes, e a caçada desenrolava-se sob o olhar vigilante do meu professor (marido) que seguia a umas dezenas de metros de mim.Eis que salta um bando com cerca de 10 “Deusas” (como lhe chamava Torga e que o meu amigo Agostinho Beça tão bem cita nas suas belíssimas histórias de caça), que me deixaram atordoada de entusiasmo.Entusiasmada..., mas também paralisada, pois só me lembrei de disparar quando estas já voavam "fora de tiro".Segui então morro acima (completamente alucinada) em sua perseguição, embrenhando-me cada vez mais no desconhecido, até que ao terceiro voo consegui disparar.Disparar, eu disparei, mas sem sucesso algum, pois as perdizes continuaram a voar felizes.Quando me tentava orientar, senti um grande barulho no mato bem próximo, como se de uma manada de ovelhas em fuga se tratasse.E não é que na minha direcção, em vez de ovelhas, surge uma vara de javalis em desenfreada correria?Sem perder tempo com conjecturas, larguei a espingarda e corri, corri, até ao penedo mais próximo que consegui vislumbrar.Cansada, lívida, mas já com a tensão mais controlada, comecei então a chamar por ajuda, apelo esse que não obteve qualquer resposta.Lembrei-me do telemóvel, mas este não acusava rede.Para cúmulo, o meu Eddie (um epagneul breton ainda jovem), também desapareceu como por encanto.Deixei passar uns bons minutos, e resolvi ir buscar a arma para tentar o caminho de regresso.Procurei, procurei, e voltei a procurar, mas da arma nem sombras.Andei nisto cerca de meia hora, até que surge o meu marido, “branco” de preocupação (ou roxo de indignação???), pois há cerca de uma hora que me procurava, tendo já sido assaltado pelos piores pensamentos.Com ele vinha o meu “corajoso” cão, ao lado da Finha (a mãe), mas com a sua pequena amostra de cauda bem colada ao corpo.Este episódio até que teve um final feliz, e memorável, mas não há dúvida de que caçar exige uma certa dose de coragem.Mas já agora, e para concluir, deixai-me confessar-vos que nós os dois, só depois de andarmos cerca de duas horas e meia à procura, é que conseguimos descobrir a famigerada espingarda no meio do mato.Ela não estava a cerca dos 30 metros que eu supunha, mas sim a mais de 80, o que me leva a concluir que, se tivesse feito a referida habilidade numa prova olímpica, ficaria naturalmente desclassificada no exercício do tiro, mas em corrida, ganharia no mínimo a medalha de prata.

1 comentário:

Luís Mosqueiro disse...

Gostei da vossa aventura. A figura está bem caracterizada. Fantástico.