terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Montaria no Castelo de Monforte







No passado dia 31 de Janeiro, somente os dois Luizes do grupo “Sus Scrofa Club” (o Mosqueiro e Guimarães) arriscaram mais uma montaria sem “nome”, e acabaram por se verem surpreendidos com aquela que terá sido porventura, uma das mais pragmáticas dos últimos anos.
A Mancha, junto ao Castelo de Monforte (Chaves) era muito bonita, com a vegetação à base de carvalhos (com os troncos cobertos de musgo) e tojos, e tendo como pano de fundo as belas serras espanholas cheias de neve.
A Montarias era composta por cerca de 30 portas, na maioria caçadores locais, e três matilhas (por sinal todas muito boas) trataram de dar que fazer aos porcos por toda a mancha, numa constante sessão de ladras.
O “comes e bebes” foi extraordinário, contribuindo para tal, o facto de os produtos confeccionados serem de origem totalmente caseiros, o que resultou num Cozido à Portuguesa como já bem há que não comia.
O quadro final da caça foram seis reses recolhidas (uma rês por cada cinco caçadores), mas segundo informação dos matilheiros haveria mais na mancha, dado os cães terem aparecidos com sinais evidentes de encetarem javalis, e não mostrarem quaisquer sinais de apetite.
No entanto, devo confessar que o resultado poderia ser bem mais significativo, não fora o péssimo desempenho destes dois “veteranos”, que naquele dia fizeram quase tudo ao contrário.
Um, falhando um porco de frente porque tinha a carabina travada, e quando pôde disparar os nervos não ajudaram; o outro porque deixou a mira desafinar nos tombos de um tractor na anterior montaria e não teve tempo de a corrigir, provocando três??? falhanços.
Como se isto não bastasse, cometeram também o erro indesculpável nestas lides, de guardar as “ferramentas” ligeiramente mais cedo do que o recomendável, o que surtiu que um bom navalheiro viesse ter com eles à viatura e seguisse viagem, apenas assustado pelos gritos de raiva destes dois companheiros, e dois tiritos de revólver dados pelo amigo Mosqueiro nas “nalgonas” do bicho.
A Associação de Caçadores do Castelo de Monforte sabe receber e é extremamente simpática, pelo que se trata de um local a registar, e aonde para a próxima oportunidade, pelo menos todo o nosso animado grupo não irá falhar, pois ficaram roídos de inveja.



1 comentário:

Luís Mosqueiro disse...

Não posso deixar de expressar 3 considerações relativamente a este dia e a esta jornada de caça. Isto porque são daquelas jornadas para as quais não estamos preparados para que aconteçam. Quando nos equipamos, pela manhã, para nos reunirmos e sairmos, “vestimos” connosco baixas expectativas porque os “barretes” são muitos e a verdade é que não nos convencemos que o melhor possa vir a acontecer.
Neste contexto, gostaria de referir o seguinte:
1. O relator do artigo é dotado de uma eloquência escrita extraordinária ao ponto de nos transportar para a realidade dos factos em forma de ficção. Considero uma pena, e uma igual perda para todos nós, que o Guimarães não nos possa deliciar com as suas hi(e)stórias com maior frequência;
2. No que concerne à gastronomia apresentada pela organização resta-me reforçar o que é lido no artigo do Guimarães, dizendo apenas que, no final, houve um sortido de doces que mais parecia um grande concurso de sobremesas. Muita variedade, muita qualidade e quantidade q.b.;
3. No que diz respeito à jornada de caça em causa fica uma incógnita. É aquela jornada que acontece de 5 em 5 anos. Uma mancha bonita, pequena e com muitos javalis a saírem de todas as maneiras e feitios. Daí me considerar um “nabo” em reciprocidade daquela “veterania” que, ao longo dos tempos, nos assiste. Finalmente, assevero que este tipo de montarias é o contributo ideal para um maior vício, daqueles mais desanimados próximo da perda do entusiasmo, por esta modalidade. Não “embandeirar em arco” com as montarias de renome poderá ser o nosso lema de futuro pois daquilo que se desconhece é que surgem as grandes surpresas.